MERCADO IMOBILIÁRIO 2022 – tendências, crise, oportunidades e previsões

Após dois anos excepcionalmente bons para mercado
imobiliário, temos novos desafios pela frente.  Neste vídeo, vou falar do que
esperar para o nosso mercado em 2022.  As projeções para os anos futuros estão
muito diferentes de quando 2021 se iniciou.  A expectativa é que a atividade do setor
imobiliário terá desaceleração no próximo ano,   mas apesar de um grau de atividade
menor, o mercado não deve estagnar.  Como há déficit habitacional no Brasil, a demanda
por imóveis de baixa renda continuará existindo   e com certeza continuarão disponíveis as
linhas de crédito com recursos do FGTS.  O período de juros baixos para os financiamentos,
permitiu que as pessoas adquirirem 2020 e no   primeiro semestre de 2021, imóveis acima da
renda que eram capazes de comprar, mas agora,   o aumento no custo dos insumos da construção
civil, a queda no poder de compra das famílias   e a alta nos juros, impactarão negativamente
os números do mercado imobiliário no país.  O segmento de menor renda provavelmente será o
mais afetado. Como a inflação está muito alta,   o poder de compra dessa fatia da população
acaba sendo corroído com mais força e rapidez.  A CEBIC, a Câmara Brasileira da Indústria da
Construção, apresentou no dia vinte e dois de   novembro, os indicadores imobiliários nacionais,
baseados em uma pesquisa que foi realizada em   162 cidades, sendo 20 delas capitais.
O levantamento mostra que as vendas de   imóveis novos tiveram queda de 9,5%
no terceiro trimestre desse ano,   frente ao mesmo período do ano passado e queda
de 11.2% em relação ao segundo trimestre de 2021.  Já no acumulado do ano houve aumento de 22.6%
nas vendas se comparado com o período de Janeiro   a Setembro de 2020, mas o terceiro trimestre já
mostra uma queda muito forte nas vendas, ou seja,   o ano em 2021 terá o fechamento positivo
devido aos números do primeiro semestre.  É um cenário complexo que se forma: de
um lado, durante o período de pandemia   o Índice Nacional de Custo da Construção, o
INCC, calculado pela FGV, já passa de 30%.  Esse custo não foi totalmente repassado
aos compradores de imóveis, ou seja,   ainda há margem para aumento nos preços.
Do outro lado, a inflação que deve passar dos 10%   em 2021, destrói o poder aquisitivo das famílias.
O preço dos imóveis começa a não caber no   orçamento dessas pessoas, pois a inflação
corrói sua renda, o bem fica mais caro,   e elas ficam duplamente prejudicadas na aquisição.
Esse é o motivo dos preços ainda não terem   chegado a níveis ainda maiores até agora.
Segundo gestores de grandes construtoras,   mesmo com a desaceleração
prevista, os riscos de problemas   graves serem gerados ainda são muito baixos.
Esse controle sobre o risco se dá pelo mercado que   pode ser considerado mais maduro que no passado.
Prova disso são os níveis mais baixos de estoque e   o fato das empresas estarem capitalizadas, e em
teoria, preparadas para essa queda nas vendas.  Apesar do ano de 2021 estar como tudo indica,
muito bom em relação à rentabilidade e ao lucro,   muitas empresas já estão revisando o
planejamento estratégico para 2022.  Devem dar prioridade ao lançamento de projetos
com preços mais altos por metro quadrado.  Sabendo que a população de baixa renda será
a mais afetada pelos impactos da escalada dos   juros e da inflação, suas decisões serão baseadas
nas expectativas das rendas média e média-alta.   Devemos acompanhar também a continuidade de muitos
lançamentos para alta renda nos grandes centros,   uma vez que é o setor menos sensível
às turbulências político-econômicas.  As construtoras que surfaram a alta de vendas na
pandemia estão como uma situação muito confortável   de caixa e um banco de terrenos diversificado.
Conseguem lançar os empreendimentos conforme   a demanda e a capacidade de
colocar produtos no mercado.  Apesar de aparentar certo exagero na quantidade
de novos empreendimentos, segundo a CEBIC, muitos   empreendedores seguraram os lançamentos no ano
passado em razão da pandemia, e com a melhora na   situação sanitária, estão retomando os negócios.
Isso explica a alta de 37.6% na quantidade de   lançamentos quando comparamos
o período de Janeiro a Setembro   de 2021 com o mesmo período do ano passado.
Com isso, acredita-se que o setor está chegando ao   equilíbrio entre o volume de lançamentos e vendas.
Um dado que comprova esse movimento das   construtoras no mercado, é a queda do número de
empreendimentos sendo lançados com subsídios do   programa governamental Casa Verde e Amarela.
O programa que chegou a representar quase   sessenta por cento dos lançamentos e
vendas no setor, hoje representa cerca   de quarenta por cento dos lançamentos e
47% das vendas nas cidades pesquisadas.  Houve queda no programa nos dois cenários:
tanto em lançamentos quanto em vendas.  Como já falei, isso acontece pois o impacto do
aumento dos insumos é maior nos imóveis populares,   o que não acontece de forma tão agressiva
com imóveis de maior valor, pois o comprador   pode optar por um imóvel menor ou ir para uma
localização não tão nobre, ou seja, há opções.   O que não acontece com imóvel para renda menor.
Esses mercados de maior renda suportam o aumento   do preço das unidades e as construtoras
têm mais margens para fazer adequações   e viabilizar os lançamentos dos projetos.
O estudo da CEBIC apresentou ainda números sobre   a intenção de compra de imóveis da população.
De acordo com o levantamento, a intenção caiu   7% no terceiro trimestre em
relação ao trimestre anterior,   e 39% dos entrevistados demonstraram interesse
em adquirir o imóvel no prazo de até três anos.  Antes da pandemia, a intenção de compra estava
em quarenta e três por cento e chegou a cair   para vinte por cento no pior momento da
crise sanitária, em Abril do ano passado.  Entre os fatores que podem afetar a decisão
de compra, o aumento da inflação foi apontado   por 45 por cento dos entrevistados, seguido
pelo cenário político complicado com 31 por   cento e a preocupação com o desemprego
por 24 por cento dos entrevistados.  O aumento das taxas de juros, o baixo crescimento
econômico do país e a pandemia, também foram   razões citadas pelas 1200 pessoas entrevistadas.
O avanço que acompanhamos em 2020 e 2021,   foi possível por conta de três principais fatores:
as baixas taxas do crédito imobiliário, 85% dos   canteiros de obras ficaram em atividade no país
mesmo durante a crise sanitária e por fim, com a   pandemia, houve uma mudança da forma de morar.
Afinal, as pessoas ficaram em casa, o que   fez com que o imóvel, e portanto o mercado
imobiliário, tivesse uma relevância maior.  Por isso, mesmo com a desaceleração econômica
provocada pela pandemia, o setor imobiliário está   com um dos melhores índices da última década.
Nos últimos dois anos, os brasileiros tiveram   acesso a baixas taxas de juros de financiamento
imobiliário, que agora foram fortemente   reajustadas devido às constantes altas
da SELIC. Essas correções mais elevadas,   já provocam uma desaceleração imobiliária.
Nós corretores, temos que acompanhar essas   movimentações e previsões mercadológicas
para traçarmos estratégias de trabalho e   fazer os devidos ajustes. Afinal, pelos
números apresentados, a demanda continua   existindo e apesar do aumento dos juros
levar muitos investidores a mudar suas   estratégias de investimentos, sabemos que
a segurança que investimento em imóvel tem,   é um fator que atrai muitas pessoas a comprar.
Utilize sua criatividade, espírito empreendedor   e busque ainda mais conhecimento para realizar
seus negócios no cenário que temos pela frente.  Comprar um imóvel continua valendo a pena.
O retorno sempre ocorre a longo prazo.  Meu nome é Marcelo, eu sou corretor de imóveis
e empreendedor. Deixe um like se gostou do   vídeo, se ainda não é inscrito, inscreva-se no
canal, um forte abraço e até o próximo vídeo.

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